Na peça, a personagem-título, beirando à meia-idade, trava uma conversa casual com um jovem garoto em um bar. Durante todo o tempo, ela conduz o diálogo a partir de sua perspectiva de mundo, suas experiências, anseios e frustrações. A Dama da Noite fala da morte, da espera de um grande e verdadeiro amor e, principalmente, de como ela se vê à margem do mundo que a rodeia.
O conto, de 1984, foi interpretado em 1997 por Gilberto Gawronski em uma montagem histórica. Nesta versão, são destacados o estranhamento de gênero da personagem, que surge como alguém reconhecível como homem, mas que fala sobre si no feminino, brincando com a pluralidade de gêneros e fazendo do discurso da personagem e do texto algo muito contemporâneo.
A discussão sobre a proposição de um gênero fluido faz emergir o aspecto plural da fala da Dama, que parte de um discurso que não é só de uma personagem, mas de todos os frequentadores da noite, com suas eternas buscas por algo – utópico ou tangível – que nem sempre pode ser encontrado pelos bares e baladas de uma grande metrópole.
Serviço
De 8 de fevereiro a 1 de março, segundas-feiras, às 20h.
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Ficha técnica:
Texto: Caio Fernando Abreu
Direção: Kiko Rieser
Assistente de direção: Rafael Gratieri
Elenco: André Grecco
Piano ao vivo: Rogério Rochelitz
Consultoria teórica: João Nemi
Produção executiva: Rafael Petri
Direção de produção: André Grecco
Iluminação e Figurino: Kleber Montanheiro
Trilha Sonora: Vanessa Bumagny
Fotos e arte gráfica: Rafael Petri
Realização: Cão Bravo Produções LTDA