Rasgadas de Lucilla Simonsen Paes de Almeida marca o fascínio desde pequena da autora pelo mundo das letras e sua formação em Língua e Literatura Inglesa.
O volume reúne textos elaborados por ela desde o ano de 2003 e reflete sobre os amores rasgados, sem máscaras. Também trata sobre autoconhecimento, o universo feminino, as relações familiares, entre outros temas.
O lançamento tem projeto gráfico de Claudio Novaes e o e-Urbanidade conversou com a autora.
#1 – Quais foram suas inspirações?
Lucilla Paes Simonsen de Almeida: Tenho muitas influências e inspirações, mas gosto muito do Paulo Leminski, do Manoel de Barros e da Clarice Lispector.
#2 – Como é o seu processo de escrita? Tem algum procedimento, método, inspiração?
L.P.S.A: Meus escritos acontecem a partir de uma situação que crio, que vivenciei, ou que alguém compartilha comigo. Assim, acabo me imaginando no lugar daquela pessoa.
Também acontece de escrever a partir de uma foto, objeto ou algo do tipo. Não tenho um método ou procedimento, mas incrivelmente só consigo escrever no papel branco, com lápis grafite e geralmente na madrugada.
Normalmente escrevo tudo de uma vez, depois volto ao texto, faço as correções necessárias, troco algumas palavras. Em alguns casos, nem altero o texto original.
Já em outras situações, uma ideia surge e escrevo várias palavras em um papel por alguns dias. Quando percebo que já tenho palavras suficientes, organizo tudo, formando um texto ou um poema.
#3 – Por que e quando você começou a escrever?
L.P.S.A: Comecei a escrever ainda adolescente, mas de forma mais constante, foi após o nascimento dos meus filhos. Descobri o maior amor existente ao me tornar mãe.
Por meio da escrita, coloco para fora minhas dores, raivas, revoltas, sensações, a alegria, a sensualidade e principalmente o amor. Acaba sendo um lugar onde me alivio, um refúgio.
#4 – Nos dias de hoje, em que os livros competem com as redes sociais, principalmente entre os mais jovens, qual seria a importância do ato de ler e de escrever?
L.P.S.A: Penso ser extremamente importante o ato de ler. Pessoas que leem, conseguem organizar as ideias, aprendem um novo vocabulário, ampliam a visão em assuntos diversos e, principalmente, usam a imaginação e instigam a criatividade.
No caso do meu livro, gostaria que meus textos atingissem o leitor naquele lugar adormecido que, por algum motivo, ele acabou blindando e não quer acessar.
Acredito que as pessoas hoje em dia não querem mais a experiência de sentir. É mais fácil. Alguém, algum dia na vida, já passou por alguma situação presente nos meus textos: traição, saudade, obsessão, tristeza, desespero, amor incondicional ou desesperado, ilusão, desencanto, viuvez, amor profundo, encanto, felicidade, alegria, autoconhecimento, questionamento, amor espiritual, sedução e sensualidade.
Espero tocar dentro de cada um e causar aquele frio no estômago, um nó na garganta, soltar aquela lágrima, fazer lembrar, fazer sentir. Quando você entra em contato com o sentimento, nesse instante é que começa seu processo de cura.
Serviço
Rasgadas, de Lucilla Simonsen Paes de Almeida
Auana Editora
224 páginas.